Foi em 2001 que coloquei as primeiras palavras em uma página imaginando
que se tornassem um livro. Foram palavras cheias de raiva, malicia e vingança.
Nunca o terminei.
Contos e mais contos eu publiquei em meu blog, recebendo elogios e
incentivo; mesmo assim, o medo parecia sempre ganhar e me impedia de me arriscar
a terminar um de meus livros. Sim, porque, ao longo dos anos, vários foram
começados e abandonados, como amantes que perderam o viço. Isso é o que o medo
faz com um escritor.
Mas um dia, você se senta em frente à tela e olha uma página em branco
com saudades, e percebe como sua pessoa é incompleta quando não registra todas
aquelas histórias que ficam rodando em sua mente.
Eu não retomei meu primeiro livro ainda. Nem o segundo. Acho que foi o
terceiro que me estendeu a mão e me implorou para terminá-lo. Eu o atendi e
reli suas 125 páginas com lágrimas nos olhos, surpresa por amar o que lia,
feliz de ver que os anos não me haviam enganado. Era bom... muito bom.
As palavras se atropelaram, meus dedos lentos para registrar o que era
agora uma enxurrada de ideias. E então, alarmada, vi que, na metade dessa história,
eu já havia comido 394 páginas. 394 páginas! Quem compraria um livro de 700 ou
800 páginas de uma nova escritora? Eu compraria, mas não posso julgar todos os leitores por mim mesma.
Um plano começou a se formar e o coloquei em ação. Quatro romances para
abrir meu caminho. Quatro romances com um toque de suspense, algum drama, quem
sabe um tiquinho de sangue, para as pessoas me conhecerem, verem meu estilo, se
acostumarem com meu nome. E foi o que fiz.
No fim do outono de 2019 eu comecei o primeiro deles, um romance que já
estava vivo em minha cabeça há algum tempo. Problemas familiares fizeram meu
tempo frente à tela curto e consegui terminá-lo nos primeiros dias de agosto. Meu
irmão e prima o revisaram, dando o apoio de que eu precisava para tirá-lo de meu
computador e entregá-lo ao mundo. Em poucos dias ele estava vivo para o leitor
na Amazon.
Não, não foi um estrondoso sucesso, mas eu coloquei a minha cara para
bater e até agora não recebi nem mesmo um tapa. Os poucos que leram o amaram, e
respirei aliviada.
O segundo entrou em produção imediatamente e, em 27 de setembro de 2019, eu
coloquei o FIM em sua última página. Mais problemas, as pessoas que podem
revisá-lo têm suas vidas e ele ainda espera seu momento de brilhar ao sol. Que deverá
ser em poucos dias. Aleluia!
O terceiro já estava me cutucando irritado, queria ganhar vida com urgência
e eu o atendi. Comecei quase imediatamente, mas lá vieram as festas de fim de
ano, as faxinas que fazemos para receber uma nova era de cara bem lavada, e ele
acabou sendo terminado somente no novo ano. Em 06 de janeiro ele descansou com
um suspiro, e entrou na fila para a revisão tão necessária.
E então veio o quarto deles, iniciado logo no dia 07, e que ainda não
foi terminado, mas está já no meio do caminho.
Esse é o plano, e estes são os livros que me propus a escrever antes de
voltar ao meu longo, longo romance meio histórico. Mas... Ah... um quinto está
me pedindo passagem. Diz que ele precisa ser contado e eu estou propensa a escutá-lo.
Não sei se serão lidos, ou se serão amados como eu os amo, mas eu agora
os ouço melhor, sinto suas vidas como extensão da minha e vou continuar a empilhá-los
nas prateleiras virtuais da Amazon até que alguém os escute. Os folheie. Os
ame.
Assim é que nasceram as “Histórias de Santa Helena” e eu espero que um
dia você lhes dê uma chance.
Abraços,
Andréa Claudia Migliacci
Um comentário:
Andrea você é sensível e talentosa. É maravilhoso ler o que você escreve. Sucesso minha madrinha linda, estou torcendo por você ����
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