13 de fev. de 2020

Como Nasce uma Escritora







   Foi em 2001 que coloquei as primeiras palavras em uma página imaginando que se tornassem um livro. Foram palavras cheias de raiva, malicia e vingança. Nunca o terminei.
  Contos e mais contos eu publiquei em meu blog, recebendo elogios e incentivo; mesmo assim, o medo parecia sempre ganhar e me impedia de me arriscar a terminar um de meus livros. Sim, porque, ao longo dos anos, vários foram começados e abandonados, como amantes que perderam o viço. Isso é o que o medo faz com um escritor.
   Mas um dia, você se senta em frente à tela e olha uma página em branco com saudades, e percebe como sua pessoa é incompleta quando não registra todas aquelas histórias que ficam rodando em sua mente.
   Eu não retomei meu primeiro livro ainda. Nem o segundo. Acho que foi o terceiro que me estendeu a mão e me implorou para terminá-lo. Eu o atendi e reli suas 125 páginas com lágrimas nos olhos, surpresa por amar o que lia, feliz de ver que os anos não me haviam enganado. Era bom... muito bom.
As palavras se atropelaram, meus dedos lentos para registrar o que era agora uma enxurrada de ideias. E então, alarmada, vi que, na metade dessa história, eu já havia comido 394 páginas. 394 páginas! Quem compraria um livro de 700 ou 800 páginas de uma nova escritora? Eu compraria, mas não posso julgar todos os leitores por mim mesma.
   Um plano começou a se formar e o coloquei em ação. Quatro romances para abrir meu caminho. Quatro romances com um toque de suspense, algum drama, quem sabe um tiquinho de sangue, para as pessoas me conhecerem, verem meu estilo, se acostumarem com meu nome. E foi o que fiz.
   No fim do outono de 2019 eu comecei o primeiro deles, um romance que já estava vivo em minha cabeça há algum tempo. Problemas familiares fizeram meu tempo frente à tela curto e consegui terminá-lo nos primeiros dias de agosto. Meu irmão e prima o revisaram, dando o apoio de que eu precisava para tirá-lo de meu computador e entregá-lo ao mundo. Em poucos dias ele estava vivo para o leitor na Amazon.
   Não, não foi um estrondoso sucesso, mas eu coloquei a minha cara para bater e até agora não recebi nem mesmo um tapa. Os poucos que leram o amaram, e respirei aliviada.
   O segundo entrou em produção imediatamente e, em 27 de setembro de 2019, eu coloquei o FIM em sua última página. Mais problemas, as pessoas que podem revisá-lo têm suas vidas e ele ainda espera seu momento de brilhar ao sol. Que deverá ser em poucos dias. Aleluia!
   O terceiro já estava me cutucando irritado, queria ganhar vida com urgência e eu o atendi. Comecei quase imediatamente, mas lá vieram as festas de fim de ano, as faxinas que fazemos para receber uma nova era de cara bem lavada, e ele acabou sendo terminado somente no novo ano. Em 06 de janeiro ele descansou com um suspiro, e entrou na fila para a revisão tão necessária.
   E então veio o quarto deles, iniciado logo no dia 07, e que ainda não foi terminado, mas está já no meio do caminho.
   Esse é o plano, e estes são os livros que me propus a escrever antes de voltar ao meu longo, longo romance meio histórico. Mas... Ah... um quinto está me pedindo passagem. Diz que ele precisa ser contado e eu estou propensa a escutá-lo.
   Não sei se serão lidos, ou se serão amados como eu os amo, mas eu agora os ouço melhor, sinto suas vidas como extensão da minha e vou continuar a empilhá-los nas prateleiras virtuais da Amazon até que alguém os escute. Os folheie. Os ame.
   Assim é que nasceram as “Histórias de Santa Helena” e eu espero que um dia você lhes dê uma chance.

Abraços,

Andréa Claudia Migliacci

PS: Depois da Escuridão você pode encontrar aqui!

Um comentário:

Rosa Sousa disse...

Andrea você é sensível e talentosa. É maravilhoso ler o que você escreve. Sucesso minha madrinha linda, estou torcendo por você ����