18 de set. de 2018

A alma de Diógenes.



Falo muito sobre fotografias, pois elas são para mim mais do que importantes, como já disse muitas vezes.

Nunca pude estudar este hobby que me encanta, mas fotografo mesmo assim e pra ser sincera sou bem jeitosa com a câmera e o que aprendi com meus 55 anos é que tem pessoas que tiram fotos e pessoas que fotografam com a alma.

Tenho um amigo, gosto de chamá-lo de amigo, pois seus gostos e opiniões são próximos aos meus, mas na verdade ele é amigo de uma amiga que virou um amigo querido. Acho que deu para entender, não é? Não quero chamá-lo de conhecido, pois isso denotaria que não existe emoção ou empatia e ele é mais que isso. Portanto, amigo é.

Diógenes fotografa com a alma e acho que é uma das únicas pessoas entre meus amigos do Facebook que saio de meu caminho para ver o que anda fazendo. Porque a alma dele é, oh, tão bela.

Cada foto dele conta uma historia. É fácil perceber como ele se encanta com as formas, os reflexos e as luzes da cidade. Nunca vi alguém fotografar o São Paulo de hoje com tanto carinho.

A foto que me inspirou este post é em Paris, por onde ele andou ultimamente e onde nos mostrou o encanto da cidade da luz em uma série de fotos bem ao seu estilo. Únicas.

Não é a mais bela foto entre elas, mas é uma que demonstra o que penso sobre ele.

Ele está à beira do rio, ao lado da Catedral de Notre Dame ele nos diz, o dia não está ensolarado e se puder adivinhar pelo movimento da água, de um verde garrafa profundo, a brisa deve estar agitando as folhas das arvores que vemos ao longo da margem. As barcaças estacionadas ao longo do rio parecem tão boemias e convidativas que a vontade e mergulhar na fotografia para nunca mais voltar.

Imagino o querido Diógenes contemplando esse cenário, cotovelos na amurada que cenicamente, aqui e lá, tem plantas se agarrando e escorrendo em direção ao rio. Ele vê absolutamente tudo antes de fotografar. Não ergue seu celular e tira uma foto somente para dizer que esteve lá. Ele ama o céu acinzentado, a água turva, as barcaças momentaneamente estacionadas e o ar que o envolve. Ele respira a cena completa antes de fotografar e a cada vez que ele olhar essa imagem ao longo dos anos, aposto, que lembrará da sensação do momento e do prazer que sentiu em estar lá.

Caro Diógenes, obrigada por sempre me levar com você aonde quer que vá. Aprecio o passeio mais do que posso te dizer. Através de suas lentes o mundo é muito mais belo.

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