15 de dez. de 2011

Ezio, amore mio....


Terças-feiras são reservadas para meu prazer secreto.
Dia de rodízio, ironicamente, começa mais cedo que o normal. Acordo apressada, arrumo a cama, checo a ração dos cães, troco a água dos peludos, corro para o banho, me visto confortavelmente e logo lá estou, trabalhando enquanto espero a hora de sair, escutando as noticias cabeludas que os noticiários de hoje em dia se especializam e tentando adiantar meu dia o máximo possível. Às 10 horas corro para o escritório e continuo em minha rotina como se estivesse competindo com o demônio da Tasmânia. Olho o relógio a cada momento e nas terças-feiras eu juro que o tempo parece ficar suspenso por períodos infinitos até que finalmente chega a hora de eu me dirigir ao meu destino.
Navego pelas ruas maldizendo meus colegas motoristas, mas sorrindo pois é quase hora de eu voltar no tempo e assumir minha outra identidade. Próxima parada: padaria. Nunca chego de mãos vazias, coisa que aprendi desde pequena e que me dá muito prazer. Sempre com algo gostoso para temperar a visita. Está terça foram palitinhos de queijo e presunto para o cafezinho e sorvetes para a sobremesa. A pizza é sempre ele que escolhe.
Paro o carro no que parece ser meu lugar cativo, sempre está lá quando chego. O zelador sorridente puxa conversa e eu danço no lugar, como criança com vontade de fazer xixi, ansiosa por subir. O elevador cada dia fica mais lento e eu cantarolo “Fuck you” do Cee Lo para ver se ele se toca e aumenta a velocidade. Finalmente estamos no 11° e eu saio do elevador como um pequeno tornado cheio de sacolas. Toco a campainha e rio sozinha quando escuto o som de seus passos. É como se um passarinho corresse sobre o piso laminado. A porta se abre e lá está ele. 1,90 de altura, uma porta alem da porta, o sorriso bonachão e caloroso e as palavras de boas vinda de sempre “oi, minha irmã!”
A rotina já se instalou, apesar de recente. Eu desensacolo as guloseimas enquanto ele liga a maquina de espresso. Vamos para a sala e largo meus trecos pela mesa enquanto ele liga os aparelhos. Trocamos impressões sobre o dia, reclamamos um pouco, rimos muito e ele volta para suas traduções me deixando à vontade para começar minha jornada.
Olho a tela e suspiro. É isso. Aperto o play e lá está ele. Ciao, Ezio, amore mio. Vamos começar a matança?
Não posso negar que estou completamente viciada em Assassins Creed, mas é mais do que o jogo. É a pausa para o café lá pelas 6, assistir Big Bang Theory eTwo Broken Girls enquanto comemos pizza e a volta ao jogo, agora com palpites de mano Urso que ri de meu jeito estabanado e impulsivo de jogar.
É mais que um vicio, sim. É minha noite semanal com mano Urso de que não abro mão por nada desse mundo.
Bom... Talvez pelo George Clooney...
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Um comentário:

Marina Pavelosk Migliacci disse...

Que delícia! Até o natal minhas noites todas estão tomadas de aula. Mas em 2012 eu quero conhecer Ezio e começar a matança junto com vocês. Bom ler suas palavras de novo. Boas novas palavras. :-)

Te amo!