28 de dez. de 2011

Mystery Road



Existem mistérios que nunca nos vão ser revelados enquanto andarmos com os olhos abertos demais, lúcidos demais, e para certas coisas é preciso ver de olhos fechados, escutando o as engrenagens do mundo se torcendo, ajustando, clicando no segundo que realmente importa, naquele segundo onde deveríamos estar atentos para os detalhes, para as pistas que nos indicam um futuro melhor ou simplesmente o caminho para momentos de puro prazer.
É preciso esvaziar a mente, sonhar acordado enquanto o mundo ainda gira à sua volta. Envolver a realidade em uma teia dourada, suavizando os contornos, mixando real e imaginário com perfeição e encontrando, assim, aquele  ponto no tempo e espaço onde mistérios se escondem. E então é somente preciso estender a mão...
Acredito que cada um tenha seus mistérios espalhados pelo caminho. É como um jogo, você tem que fazer o caminho certo para achar seus tesouros e quando os coleta sua força aumenta e uma pista importante para sua meta final é revelada.
Eu costumava mergulhar em meus sonhos quando acordada. Isso fazia meus dias mais leves. Era tão simples pintar a realidade de ouro, seguir as pistas até descobrir algo tão fantástico, algo que estava bem escondido dentro de mim mesma, revelado como por mágica, deliciosamente etéreo, simplesmente perfeito. Muitas vezes era somente um pensamento perdido, outras uma idéia para um conto vinda deste mundo paralelo, outras um sentimento esquecido, um amor relembrado, uma decisão finalmente tomada, um promessa para mim mesma, um desejo, um sonho.
Não parei de sonhar. Não. Mas parei de trançar meus mundos. Não há tempo. Não existe imaginação que sobre depois de um dia vergada sobre planilhas cheias de cálculos e problemas que caem como raios de todos os lados. E é preciso certa paz para se tecer mundos, é preciso audácia e um espírito livre. É preciso graça e humor e também um pouco de loucura.
E com alguns dias de férias eu já consigo novamente. Está bem a minha frente. Uma estrada aberta sem marcas, esperando que eu diga para onde, quando e a que velocidade quero ir. E eu me deixo levar, carregada pela brisa que faz dançar minha cortina, vôo sobre a cidade e antes mesmo de pegar a estrada eu já navego por ela.  Faltam alguns dias, mas eu já navego por ela e nesse delírio são eu sou mais feliz, pois estou somente revivendo o futuro e ele é feito de mistérios.
.

Nenhum comentário: